sábado, 28 de fevereiro de 2009

Educação e Conscientização

Educação Cristã é Conscientização

Paulo Freire, o educador brasileiro, se tornou conhecido mundialmente pela sua filosofia de educação a qual ele denominou “conscientização”. Para êle, a educação conscientizadora é aquela que rompe o ciclo da dependência do aluno ao professor, tornando o aluno em um sujeito, isto é, um elemento ativo na educação. Dessa maneira, segundo Paulo Freire, quebra-se o modelo que ele chama de educação bancária, no qual o aluno é somente um ser passivo, e do qual espera-se apenas a repetição das coisas que lhe foram ditas. Daí em diante, o aluno transforma-se em alguém que dialoga com os problemas e situações, torna-se consciente a respeito deles, e passa a exercer o papel de agente de transformação de si mesmo e de seu ambiente.

Em seu enfoque sobre conscientização, Paulo Freire enfatizou a parte sociológica e antropológica da conscientização. Desde que conscientização tem a ver com mudanças promovidas pelo exercício da consciencia, não podemos falar sobre o assunto sem primeiro entendermos, pelo menos um pouco, do que é a consciencia. Através da história, a consciencia tem sido examinada através dos pontos de vista filosófico, secular e religioso. Neste artigo, proponho discorrer sobre consciencia e conscientização do ponto de vista bíblico. Consciencia pode ser definida de maneira abrangente como sendo a faculdade que distingue quando uma ação é certa ou errada. Do ponto de vista cristão, a faculdade da consciência é dada por Deus através da ordem natural da criação. O apóstolo Paulo toca nesse assunto em Romanos capítulo 2, fazendo a seguinte declaração nos versículos 14 e 15: “ Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se,”.

A conscientização deve ser o papel primordial da Educação Cristã. A parte antropológica da conscientização na qual a educação cristã deve tocar, é aquela relacionada com a prática da vida cristã, a qual começa imediatamente após recebermos a Jesus como nosso salvador pessoal. Ao explicar a verdade de Deus e seu trabalho em nosso favor, o educador necessàriamente faz referência a realidade humana como base para a explicação. Ele explica o significado da cruz, por exemplo, pressupondo a realidade humana do pecado e a merecida condenação (verdade antropológica), requerido pela santidade de Deus(verdade teológica). Se requer que o educando aceite não sòmente um novo entendimento sobre Deus, mas também aceite um entendimento específico de si mesmo como repreensível e injusto pecador. Como educadores cristãos, nós temos que confrontar diretamente, e reconhecer formalmente que chamar o povo a um novo entendimento de si mesmos como pecadores, é de fato parte de nossa tarefa.


Essa não é uma tarefa fácil. As pessoas normalmente desejam ter uma visão favorável de si mesmas. Mecanismos psicológicos tais como negação, racionalização e projeção são usados para se auto-protejer de uma visão negativa de si mesmo. A pecaminosidade e depravação da qual estamos falando aqui leva o indivíduo a suprimir a verdade a respeito de si mesmo de maneira incorreta. O educador que ensinar verdades desagradáveis sôbre o ser humano é dificilmente apreciado, e pode até ser rejeitado.
Um educador cristão poderia ter até ter uma boa desculpa para evitar uma terefa tão inapreciada, porém o fato é que ele irá prestar contas de sua tarefa a Deus. Afortunadamente, o educador cristão tem um aliado em potencial, dado por Deus, para ajudá-lo na tarefa da conscientização, um aliado na tarefa de persuadir o indivíduo de sua própria pecaminosidade, de seu merecido julgamento, e da sua necessidade de salvação e santificação.
Esse aliado é a consciência. Quando o educador cristão se envolve na tarefa do ensino, a consciência testemunha atestando que a palavra de Deus é verdadeira. Por causa do pecado somos seres divididos, verdade e erro estão misturados de tal forma que nosso caráter precisa ser forjado através de novos padrões, os padrões bíblicos. No preciso momento em que o pecador está resistindo e rejeitando a mensagem sobre si mesmo, por causa do testemunho da consciencia, parte de seu ser talvez esteja concordando vigorosamente com a mensagem. Assim sendo, a consciencia é uma ferramenta que o Espírito Santo usa no processo de conscientização da pessoa sobre sua própria culpabilidade e falhas morais e também. Um bom exemplo é a história de quando o profeta Natan confrontou Davi por causa do seu pecado. Ele contou a historia do homem que tinha muitas ovelhas, mas que decidiu matar a única ovelha do seu próximo para dar uma festa. Esta história foi preparada para tornar o senso do certo e errado de Davi apaixonadamente comprometido. Natan fez com a consciência de Davi trabalhasse colaborando com sua declaração externa de pecado e juizo. A conclusão de Davi era que essa horrível criatura que cometeu um crime tão abominável deveria morrer.
A consciência mantém sua velha incumbencia de testemunhar contra o pecado, porém, ao mesmo tempo, começa um novo processo de desvendamento da obra de Deus realizada em favor do ser humano. Nesse ponto, pela ação do Espírito Santo na consciencia, a convicção de pecado e o arrependimento vem a tona. Após o processo de arrependimento do pecado, a consciencia traz ao coração do pecador a paz e o senso de perdão, decorrentes da obra de Jesus na cruz e de sua ressurreição. A consciência de Davi concordou vigorosamente com a verdade do pecado de Davi. Continuando com o exemplo de Davi, depois que ele respondeu ao trabalho de sua consciencia com remorso e arrependimento, ele escreveu o Salmo número 51 onde expressa sua dependencia de Deus para purificação, aceitação, e nova oportunidade de vida. Esse é o trabalho da consciencia, quando através do Espírito Santo, trabalha no ser humano formando o verdadeiro caráter cristão.
Em todo ensino cristão efetivo, eu afirmo, existe um elemento desse apelo à consciência. O Espírito Santo trabalha através da proclamação externa da Palavra usando a faculdade interna da consciência para produzir convicção de pecado. Em toda verdadeira conversão encontramos a consciência do indivíduo operando em favor do arrependimento, da fé, e vemos seu fruto na mudança de vida da pessoa A esse processo eu chamo de conscientização. A verdadeira conscientização produz na pessoa a capacidade de ver tanto o lado negativo como o positivo das coisas, evitando porém que o lado negativo a deixe deprimida e paralizada pela realidade do pecado. A conscientização cristã desagua no amor, expresso através da graça e da misericórdia de Deus, onde a pessoa encontra aceitação e poder para o cumprimento de seu destino de filho(a) de Deus.
Joao Carlos Nunes da Rocha, Ph.D.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

As Leis do Reino

Nas mentes dos cristão existe uma verdadeira confusão formada em relação ao assunto “lei e graça”. Para a maioria das pessoas, Jesus veio abolir a lei, e agora ser cristão significa que a lei não tem nada a ver conosco, pois vivemos no tempo da graça. Leia o que Jesus ensina em Mat 5:17 a 19: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus”.
Como fica então a situação? Estamos ou não debaixo da lei? A primeira coisa que temos de entender é existe lei moral, que são os dez mandamentos, e a lei cerimonial, que eram as leis de higiene, leis sacrificiais, etc. ensinadas no Velho Testamento. A lei dos dez mandamentos nunca passará, porque ela é a expressão do caráter de Deus, a menos que Deus mude o seu caráter, os dez mandamentos nunca passarão, como disse Jesus no texto acima. Os dez mandamentos se resumen em dois: 1) amar a Deus sobre todas as coisas, 2) amar o próximo como a si mesmo, Mt 22:37a40. Jesus deu um novo mandamento: amor.
Se a lei expressa o caráter de Deus, e o Espírito Santo quer produzir esse caráter em nós, então, como fica então esse assunto? A resposta é essa: quando nascemos de novo, o Espírito Santo produz seu fruto em nós, que é a expressao do caráter de Deus, ou a expressão do significado dos dez mandamentos. Dessa maneira a lei “se cumpre em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” Rom 8:4. Ninguém pode cumprir as exigencias do caráter de Deus, porisso ninguém cumpre a lei, mas a lei se cumpre naqueles em quem o Espírito Santo produz seu fruto. E todas as outras leis, segundo o que disse Jesus em Mat 22:40, dependem do cumprimento da “lei do amor” em nós.

Trabalhadores da Vinha

TRABALHADORES DA VINHA

Segundo Jesus, o reino dos céus é semelhante a um dono de casa que saiu de madrugada para assalariar trabalhadores para sua vinha, Mt 20:1. O texto começa com a expressão “Porque o reino dos céus é semelhante”, indicando que Jesus continuava a tratar do mesmo assunto que estava falando antes. O Assunto anterior é sobre a história de um jovem rico e sobre a questão da riqueza explorado no capítulo 19:16 a 30. No texto anterior, Jesus ensina como as riquezas, ou posses de bens materiais nesse mundo se tornam um empecilho para a entrada no reino dos céus. Segundo o texto do jovem rico, ele fcou fora do reino por seu apego às riqueza, tinha muitas propriedades e nelas estava seu coração, Mt. 19:22.
Na sequencia do texto, Mt 19:23, Jesus diz aos discípulos que é muito difícil uma pessoa rica que coloca seu coração nos bens que possui entrar no reino dos céus. Como todo mundo sabe, isso é uma das princípais coisas no coração humano, poriso os discípulos perguntam: “Sendo assim, quem pode ser salvo? Mt 19:25”. A resposta de Jesus é essa: “Isso (a salvação) é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível” Mt 19:26. É exatamente nesse contexto que Jesus explica através da parábola dos trabalhadores na vinha, como alguém entra no reino dos céus.
Ai vão a sequencia do que é necessário para entrar no reino dos céus: 1) a pessoa precisa estar na praça, disponível para ser contratado para o trabalho na vinha, 2) alguns são contratados mais cedo e outros mais tarde, em diferentes horas do dia, 3) o pagamento fica a critério da decisão do dono da vinha, o texto diz que ele paga o que “for justo”, Mt 20:3, para alguns o dono da vinha estabelece o que ele acha justo na hora da contratação Mt 20:2, para outros ele nada diz sobre o salário, sòmente que o pagamento será justo. Entretanto, aos olhos dos primeiros trabalhadores, há um problema sério em relação à justiça, porém que o pagamento é igual para todos, independente do tempo de trabalho na vinha. A resposta dono da vinha é essa: “Porventura, não me é lícito fazer o que quero com o que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?”Mt 20:15
Verdades ensinadas no texto: 1) ninguém entra no reino dos céus pelo quanto trabalhou na vinha, mas pelo fato de que estava disponível para trabalhar nela, 2) o pagamento é igual para todos, pois o preço da entrada no reino dos céus pois sòmente se entre lá pela pagamento que Jesus fez pela sua morte, 3) a recompensa da entrada no reino é dada pela bondade e pela graça de Jesus, nõa pelo merecimento das obras humanas.