sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O LÍDER VITORIOSO - CAPÍTULO 3 - DEFESA CONTRA OS ADVERSÁRIOS

14 - Entendendo as estratégias de defesa
É possível ser vitorioso na obra de reconstrução mesmo em meio a intensa oposição do inimigo. A vitória não está restrita a circunstancias, circunstancias adversas são um convite de Deus para crermos e proseguirmos com determinação para o alvo. As estratégias de defesa incluem ações como a decisão de não fazer nada, ficar parado e ver a ação de Deus para saber que Ele é o Senhor. Dos muitos exemplos escritos na bíblia sobre esse tipo de estratégia, lemos ocaso da guerra de Ezequias contra os Moabitas e Amonitas em 2 Cronicas 20:17 “Neste encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o SENHOR vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o SENHOR é convosco”. Para cada batalha a estratégia é diferente, para a tomada de Jericó tinha todo um esquema de tempo e ritual a ser seguido, a coisa importante é seguir a direção do Senhor em cada caso. Em alguns casos a direção é falada por Deus de maneira clara, em outros casos é necessário seguir a intrução anterior de Deus e simplesmente proseguir na tarefa não aceitando interrupções. Uma peculiaridade, é que na medida em que avançamos na realização da missão de reconstrução, a intensidade e a sutilidade da ação do inimigo aumentam e o confronto demanda mais determinação e sabedoria de nossa parte. Vejamos no caso de Neemias alguma dessas estratégias em ação.
O primeiro estágio do confronto de Neemias com o inimigo está registrado no capítulo 2 versos 19 e 20. Assim que os planos de reconstrução vieram a público, Sambalate, Tobias e Gesém se manifestaram. Fizeram uma pergunta muita reveladora: “Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?”. Isso significa em outras palavras: Que plano estranho é esse de voces? Voces estão querendo mudar a normalidade das coisas? Não sabem que os muros foram destruídos pelo poder que está no governo? Não sabem que voces são escravos do poder dominante e que devem submeter-se, conformar-se com o destino de voces? Na verdade aquela situação dos muros, da cidade e do povo satisfazia o inimigo. Quando os primeiros sinais de recuperação do povo de Deus aparecem, o inimigo se faz notar. Ele sabe a descrição da missão do povo de Deus aqui na terra, é a que foi definida por Jesus na oração do Pai Nosso: seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu. Como povo de Deus, estamos empenhados em trazer o Seu reino como Jesus declarou: “venha a nós o teu reino”. Então o que acontece é o confronto de dois reinos, o reino de Deus e o reino das trevas, desse mundo, de Satanáz. É interessante pensar nesse assunto a luz do Novo Testamento, na sequencia das parábolas de Mateus 13. Na primeira, que é a do semeador, Jesus conta que o reino é implantado em nossos coração como se fosse uma semente, símbolo da Palavra de Deus. Na parábola do grão de mostarda e do fermento, Jesus conta que esse reino cresce até ocupar totalmente nossa vida, na parábola da pérola e do tesouro escondido no campo, é descrita a nossa paixão pelo reino; vendemos tudo o que temos para possuir esse tesouro. Depois, na parábola do joio e do trigo, Jesus declara que, tendo o reino dentro de nós, tendo nos tornado Filhos do Reino, somos plantados no mundo. E somos plantados com um propósito: de estabelecer o reino de Deus aqui na terra. Somos agentes do reino.
Foi exatamente porisso que o confronto entre Neemias e os inimigos começou logo no início do trabalho, Neemias iria tirar das mãos do inimigo aquilo que pertencia ao seu Deus. Ele seria eficiente na tarefa, pois na verdade esse era o plano de Deus, Deus estaria ao seu lado. Então quando o inimigo se levanta e diz: ôpa! Não queiram mudar as coisas, deixem elas como estão! Qual deverá ser nossa estratégia num caso como este? Sempre a mesma, a que Neemias usou naquele tempo: “Então, lhes respondi: o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém” Neemias 2:20. Isto é, estamos no negócio de Deus, fomos imcumbidos por Ele para fazer isso, estamos trabalhando em nome DEle e na Sua força, essa é a nossa decisão e voces não tem nada a ver com isso. Na verdade, a estratégia nesse ponto é a proclamação dos desígnios de Deus e de nossa decisão de envolvimento com eles. Isso chama-se “proclamação da nossa fé”.
Enquanto estamos na fase da batalha em que declaramos nossa fé, nossas intenções para com o reino de Deus, isso não desagrada tanto o inimigo, pois afinal de contas ele já viu muita fé sem obras, e isso não tem poder para derrubar seu reino. Porém, quando nossa fé sai do estágio da declaração para a prática, a coisa muda para um segundo estágio. Ela tem o poder de despertar a ira, a indignação e o escárnio do inimigo contra nós. A união das intenções de Deus mais nossa fé em ação abala os fundamentos do reino das trevas, é como se despertássemos um vulcão adormecido. É exatamente isso que acontece em Neemias 4:1a3. Nesse estágio nada podemos fazer, a não ser colocarmos nossas vidas em dependência de Deus através da oração. Leia a oração de Neemias, ela contém os princípios chaves para essa fase da batalha contra o inimigo: “Ouve, ó nosso Deus, pois estamos sendo desprezados; caia o seu opróbrio sobre a cabeça deles, e faze que sejam despojo numa terra de cativeiro. Não lhes encubras a iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois te provocaram à ira, na presença dos que edificavam” Ne 4:4,5. Em outras palavras, o que Neemias está orando é o seguinte: Senhor, está obra tem a ver com o Senhor, não é nossa. Portanto, nossos inimigos são teus inimigos e são um desafio direto ao Senhor. Desprezando a nós, eles estão desprezando o Senhor. Porisso Senhor, não vamos fazer nada, o caso é contigo. Essa vergonha que eles estão trazendo sobre nós, reverte e faz ela cair sobre a cabeça deles. Agora nós somos um despojo para o inimigo que nos levou para uma terra de cativeiro, a Babilonia. Faz porém, com que eles que são de outras terras, se tornem um despojo em nossa terra, que se tornem nosso despojo. Da maneira com que eles estão tentando publicar nosssas iniquidades, publica a deles também, que eles colham o que estão plantando. Da mesma maneira que eles querem manter nossos pecados sem perdão, não risque o deles de diante de Ti. Senhor, na verdade tudo isso que estao fazendo contra nós, é para Te provocar a ira e trazer desprezo contra Ti perante os edificadores. Os elementos dessa oração revelam duas coisas muito poderosas: a humildade e a dependencia de Deus. Isso trata do problema da acusação, estabelecendo que a comunhão com Deus que vem do perdão dos pecados já está em ação. Além disso coloca o inimigo nas mãos de Deus. E a biblia diz: Horrivel coisa é cair nas mãos do Deus vivo. Também diz: A mim pertence a vingança, diz o Senhor. Dessa maneira a paz e o senso de propósito prevalecem no coração, e o trabalho pode prosseguir sem problemas, porque o povo “tem animo para trabalhar” Ne 4:6.
Um terceiro estágio de confronto acontece quando o inimigo fica sabendo que o trabalho de reconstrução vai avante e as brechas já começam a se fechar. Nesse estágio a pressão aumenta e chega no seu limite. Veja a descrição em Neemias 4:7,8,9e11. Nesse estágio, o inimigo não sòmente fica irado e fala mal, ele toma decisões práticas. O inimigo junta todas as suas forças, usa todas as estratégias possíveis, faz propaganda massiva usando inclusive o próprio povo de Deus a seu favor, 4:12. Porisso a defesa nesse estágio também requer atitudes diferentes. Nessa fase, além do estress emocional, aparece também o estress físico. Imagine trabalhar duro o dia todo e ainda ficar de viga durante a noite. É exatamente aí que pela primeira vez a idéia do fracasso entre em ação. “Então disse Judá: já desfaleceram as forças dos carregadores, e os escombros são muitos; de maneira que não poderemos edificar o muro” 4:10. Essa situação exige medidas sábias, com poder suficiente para combater o estrago feito pela idéia do fracasso. Primeiro temos que entender como o fracasso opera no ser humano.
A primeira coisa que acontece, é que a ideia do fracasso produz em nossas mentes o esquecimento de Deus. Porisso Neemias, após inspecionar a situação, ele se dispões e diz: “... não os temais, lembrai-vos do Senhor, grande e temível...” 4:14. Ao lembrarmos que Deus está ao nosso lado e que Ele é o mais interessado naquilo que estamos fazendo, que Ele é grande e temível, frases como “... não podemos edificar o muro.” não encontram lugar em nossas mentes. Outra coisa que a idéia do fracasso produz, é o esquecimento de que não estamos sozinhos no problema, ele incluiu nossos irmãos. Neemias diz: “pelejai por vossos irmãos”. Nosso fracasso não será somente um fracasso pessoal, mas coletivo. Isto é, se nossa parte não for feita, se pararmos a contrução, estaremos entregando nas mãos do inimigo nossos irmãos. Será uma derrota coletiva e não somente pessoal. Significa: nossa vitória vai além de nós mesmos, porque nossa importancia vai além de nós mesmos. Existem pessoas que serão afetadas pelas nossas decisões, não podemos ser egocentricos.
Entretanto, se pessoas ao nosso redor não forem realmente importantes a ponto de influenciarem nossas decisões, existe ainda algo maior que poderá nos ajudar em tempos de crise. Neemias diz: “pelejai ...por vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres...”. Quando lembramos da família, isso tem poder de motivar e nos levantar em nome de Jesus para defende-los. Eles são nossa obrigação direta, nossa paixão mais próxima. Nossa família significa a continuação de nossa existência sobre a terra, é algo prometido na Palavra de Deus, e não podemos entregar esse território ao inimigo. Entretanto, outra motivação nos é dada quando estamos incertos da presença de Deus: nossas casas. Isto é, aquilo tudo que Deus nos deu durante os anos e que são coisas importantes para vivermos sobre a terra. Nossas propriedades custam muito suor e trabalho, são a expressão visível de nossos esforços. Quando percebemos que Deus está ao nosso lado, que Ele é nosso Deus, nossos bens adquirem uma importancia maior que nosso desespero: são nossa herança e temos que lutar por elas, uma vez que nos foram dadas por Deus.
Outra coisa que a idéia de fracasso produz em nossas mentes, é a magnificação do problema. Isso tende a se agravar pela idéia da eminente ação do inimigo, a qualquer minuto o inimigo pode surgir a nossa frente, e seremos completamente dizimados por ele. Colocamos uma lente de aumento sobre o problema, assim ele cresce numa proporção impossível de ser conquistada. Os escombros a serem removidos são muitos, as pedras a serem levantadas são muito pesadas, a distancia e a altura que ainda falta para construir é muito grande. Da mesma forma, a lente de aumento é colocada sobre nós mesmos, visualizamos o cansaço, as forças que já se foram. Medimos coisas imensuráveis pelos olhos humanos, desprezando assim nossa verdadeira capacidade, nossas forças que podem ser renovadas por Deus.
Como a confiança em Deus e em nós mesmo pode ser restaurada em tempos de crise? Veja o que Neemias fez. A primeira coisa, é que não se deixou envolver emocionalmente na crise, embora ela fosse real. As emoções tendem a ditar o rumo da nossa fé, porém nem sempre as emoções são o melhor guia para nossas tomadas de decisão. Então a palavra diz que Neemias “se dispos”, isto é, assumiu uma firme decisão de dar um rumo para as coisas que estevam indo para de mal a pior. Então ele “inspeciona” e organiza as “coisas”. A maneira anterior ja não era a resposta correta para a presente situação. Mudanças são a resposta para novos desafios. Quando a situação muda, nova organização se faz necessária. Isso evita o que vemos em nossos dias com as organizações do povo de Deus. Elas ficam engessadas, se tornam sacralizadas e imutáveis, como se fossem princípios divinos que não podem ser mudados. Organizações humanas so tem razão de ser quando estao sendo úteis e respondendo as necessidades atuais, caso contrário, devem ser mudadas. As vezes a nova organização exige um esforço e uma concentração ainda maior, como “trabalhar desde o raiar do dia até ao sair das estrelas, Neemias 4:21”, porém a simples mudança e a sensação do novo é suficiente para trazer novo ânimo. Pode parecer um atrazo tirar a metade dos moços do trabalho para ficarem armados protegendo a outra metade que trabalha, colocar os chefes atrás dos trabalhadores protegendo suas costas, pode parecer desperdício de esforço fazer o trabalho com uma mão e com outra segurar a arma, ou mesmo trabalhar com o incomodo de uma espada pedurada na cintura (Neemias 4:16,17,18), mas a verdade é que isso não somente traz um senso de segurança, mas também serve para desencorajar o inimigo. Nunca se deve esquecer a oração, e ela deve ser a primeira coisa a ser feita. Porém precisamos razões palpáveis, que sejam suficientes para justificar e nos dar animo para colocar proteção, guardas que estejam de dia e de noite vigiando.
Finalmente, o quarto e a último estágio de confronto com o inimigo acontece. Neemias capítulo seis relata como a estratégia do inimigo neste estágio é refinada e concebida como arma final na luta contra o povo envolvido na reconstrução. Ela visa não somente impedir o término da construção, mas invalidar as futuras mudanças necessárias para a implantação de um estilo de vida vitorioso para o povo de Deus. Essa estratégia é “depor a liderança”. Fazendo isso, o inimigo mataria a visão e terminaria a missão. Essa estratégia pode ser vista operando em nossos dias, quantos líderes caíram, e a visão e a missão da qual estavam encarregados desapareceu sem deixar vestígios de sua existencia. Projetos de tremenda importancia morreram, visões poderosas desvaneceram.
O texto do capítulo seis descreve que o muro já estava edificado, faltando somente colocar os portões nos seus lugares, quando o inimigo faz sua última investida. As armas para a vitória neste último estágio estão relacionadas com a pessoa do líder. O inimigo sabe que Deus trabalha através do princípio de “autoridade delegada”, se ele conseguir que o líder se desvie desse princípio, as probabilidades de sua vitória aumentam consideravelmente. Os princípios que devem guiar o líder apresentados nesse capítulo são: o seu discernimento sobre as intenções do inimigo, sua sabedoria na tomada de decisões, sua total concentração na missão que resultou de sua visão, certeza inabalável em sua própria integridade moral, irrestrita confiança de que Deus está no controle de todas as coisas, e um tremendo temor ao Senhor orientando suas ações.
Nenhuma obra está completa quando sua parte física se completa, a parte física é somente supporte para aquilo que é mais importante, aquilo que é eterno. O que ameaçava os inimigos de Israel em Neemias não eram somente os muros de pedra, mas a idéia de que “eles renasceriam das cinzas, que assumiriam de novo o controle social, politico e economico, e seu Deus estaria entronizado e adorado como Senhor de tudo isso” Ne 4:2, o que os ameaçava na verdade era o futuro de Israel. Na verdade, o inimigo luta por algo muito maior que o nosso presente, ele quer impedir nosso destino em Deus. O negócio do inimigo é parar a obra de Deus antes que o futuro aconteça. Um exemplo disso é a tentativa de matar Jesus quando ainda criança, antes que o futuro dele acontecesse, a sua tentação para derrubá-lo antes que começasse o ministério. O líder de Deus deve saber com clareza que é uma peça chave no trabalho de Deus, que não pode permitir nenhum tipo de espaço para o inimigo em sua vida. O inimigo não pode ter sua atenção, seu tempo, nem seu respeito. Deve estar claro em sua mente que o trabalho do inimigo tem uma descrição: sua intençao é matar, roubar e destruir. Neemias sabia disso, 4:2.
Uma vez discernida as intenções do inimigo, é necessário sabedoria para portar-se de maneira que não perca a visão e não pare a missão. A sabedoria revelada em Neemias consiste em algumas coisas especificas: primeiro, não misturar dois padrões opostos, os seus e os do inimigo; segundo, não tentar explicar o que as pessoas não entenderão nunca; terceiro, não justificar atos a quem não é devida nenhuma explicação. Isso se revela na resposta de Neemias: “Estou fazendo grande obra, de modo que não posso descer; porque cessaria a obra enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?”. Outra manifestação da sabedoria é dar o peso certo as coisas, a obra que estava sendo feita era prioritária sobre qualquer coisa que pudesse parecer importante.
A sabedoria deve ter ação completa, levando a concentração total na missão. É a fidelidade ao que fomos chamados que evita muitos incidentes desnecessários em nossa caminhada de serviço ao Senhor. O líder não pode ficar com seu coração dividido entre Deus e as coisas deste mundo. Foi exatamente isso que levou o rei Salomão a perder o rumo em sua vida, quando prestou atenção em suas mulheres para fazer aquilo que elas lhe pediam. Acabou construindo altares abomináveis aos Senhor. O texto de Neemias 6 nos conta sobre a pressão ao qual ele foi submetido pelo pessoal que queria tirar sua atenção da obra. Por cinco vezes, sendo que na última vez a pressão por uma conversa com o inimigo foi feita através de uma carta aberta, significando que seu conteúdo solicitando uma conversa era conhecido por todos, incluindo os de Israel. Pense um pouco nas palavras da carta: “Entre as gente se ouviu, e Gesém diz que tu e os judeus intentais revoltar-vos; por isso, reedificas o muro, e segundo se diz, queres ser rei deles, e puseste profetas para falarem a teu respeito em Jerusalém, dizendo: Este é o rei de Judá. Ora, o rei ouvirá isso, segundo essas palavras. Vem, pois, agora, e consultemos juntamente” Ne 6: 5a7. Isso colocava Neemias em uma péssima condição, descrevia sua pessoa como alguém irredutível, um arrogante que não aceita o diálogo, alguém auto-suficiente que não precisa do conselho de ninguém. E o problema é que parecia que o conteúdo da carta era para seu próprio bem, para evitar problemas. Manter-se firme realmente requer concentração na missão.
Para que alguém possa manter-se com tal concentração, é necessário certeza inabalável em sua própria integridade moral. Normalmente, quando nos preocupamos com o que os outros dizem é porque temos necessidade de ser aceitos, não sentimos confiança em nossa própria pessoa, porisso precisamos provar as coisas para os outros. Todas as vezes que não estamos convictos de quem realmente somos, quando nossa identidade não está clara para nós mesmos, comprometemos nossa missão. Há muita coisa que se esconde atrás do complexo de inferioridade. Pense no caso do rei Saul, por exemplo. Desde o princípio a Bíblia mostra que ele era inseguro, no dia em que o ungiram como rei, tiveram que encontrá-lo escondido junto com a bagagem. Depois quando Davi fazia guerra contra os filisteus e as mulherem compuseram uma musica dizendo que Davi matou dez milhares e Saul matou somente milhares, ele se tornou inimigo mortal de Davi. No outro texto em que Deus o envia para exterminar totalmente os amalequitas, Saul acabou trazendo o Rei Agague como prisioneiro e gado como despojo de guerra. Questionado por Samuel, ele explicou que tinha sido o povo que quiz fazer isso, porém o texto diz que ele tinha levantado monumentos em sua própria honra. Pense nisso: essas coisas foram feitas na tentativa de “ser alguém” e acabou lhe custando o reino.
A certeza da nossa própria integridade moral deve vir acompanhada de irrestrita confiança de que Deus está no controle de todas as coisas. Se isso não acontecer, a porta estará aberta para a presunção, arrogancia e insubmissão a Deus. Imagine se Neemias, por um momento, pensasse que aquelas acusações chegariam ao rei e que ele teria dúvidas a respeito da integridade de seu caráter? Sua vida se tornaria uma completa bagunça, o medo tomaria conta da situação e tudo o mais estaria comprometido. Imagine também o que aconteceria se Neemias não confiasse no controle de Deus sobre essa situação, e tentasse ficar explicando as coisas para seu próprio povo? Ele abriria a porta para muita confusão, porque no meio do povo havia os que eram amigos do inimigo. Essa irrestrita confiança de que Deus está no controle de todas as coisas é relacionada com a nossa consciencia limpa perante Ele. Veja o que a Bíblia diz sobre isso: “...mantendo a fé e boa consciencia, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciencia vieram a naufragar na fé” 1 Tim 1:19. A falta da boa consciencia causa naufrágio na fé. Neste outro texto, vemos que a boa consciencia envergonha os inimigos: “... fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciencia, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo,” 1 Pedro 3:16.
Finalmente, a consciencia pura abre as portas para que sejamos reconhecidos pelos irmãos: “E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciencia nos reconheça” 2 Cor 5:1.
O último princípio, o da confiança irrestrita em Deus, deve ser balanceada com um tremendo temor ao Senhor, o qual deverá orientar as ações feitas nessa confiança. Facilmente a confiança em Deus pode deteriorar-se em presunção. Presunção normalmente aparece disfarçada como se fosse confiança em Deus, quando na verdade não passa de auto-confiança, arrogancia pessoal baseada em fé na capacidade humana e não em Deus. Veja o que diz a Palavra de Deus: “O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo” Prov. 28:26. A raiz da presunção é muito religiosa, a ponto de se tornar extremamente difícil de ser reconhecida. Problemas de auto-estima são verdadeiros imãs que atraem a presunção. Queremos nos sentir alguém importante perante os homens, porisso precisamos ser reconhecidos como pessoas que confiam em Deus radicalmente. Neemias foi acusado de presunção pelos inimigos, se não fosse seu temor ao Senhor, sua missão teria naufragado nas águas da insegurança. Porisso a Bíblia diz:“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência” Prov 9:10.
O teste da confiança irrestrita que advém do temor do Senhor é revelado no capítulo 6versículos dez e onze. Ele vem através do convite feito por Semaías: vão te matar durante a noite, porisso vamos dormir no templo do Senhor e estaremos protegidos. O convite parece muito espíritual. Imagine que boa idéia se refugiar na casa do Senhor, agarrar-se em seu altar ficando assim protegido por Ele. Adonias, irmão de Salomão fez isso, 1 Reis 1:50. Joabe, o comandante do exército de Israel também fez a masma coisa, 1 Reis 2:28. Porém, para Neemias, o temor do Senhor era maior do que a importancia de sua própria pessoa. Ele se mantém fiel e dá, talvez a mais profunda resposta que alguém pode dar em tempos de crise: Primeiro ele declara: homem como eu fugiria? Isso significa: eu não sou o centro disso tudo que está acontecendo, sou servo trabalhando para o Senhor, se nessa empreitada for necessário que minha vida seja sacrificada, isso é ainda muito menos do que o Senhor merece. Segundo, Neemias estabelece: E quem há, como eu, que entre no templo do Senhor e viva? Isto é, pode parecer que sou alguém importante devido a minha missão, mas entrar no templo é função dos sacerdotes, é coisa proibida para mim. Se eu entrar lá, sei que morrerei por desobedecer os mandamentos do Senhor. Não estou acima da lei.
Como o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, Neemias acaba descobrindo que tudo não passava de mentira. Semaías era um profeta comprado pelo inimigo para aterroriza-lo e faze-lo pecar, então espalhar seu pecado e manchar sua autoridade sobre a obra de reconstrução. Lembram-se do que aconteceu com o profeta Balaão contada a partir de Numeros cap 22, que ensinou a estratégia para Balaque derrotar o povo de Deus? A estratégia era fazer o povo pecar, então o castigo de Deus viria, Apoc 2:14. É impressionante como dentre o povo do Senhor existem tantos líderes, que por falta de temor, estabelecem ligações com o inimigo e se tornam instrumentos sutis em suas mãos. Entretanto, quando o líder de Deus se mantém íntegro, ele termina a obra mesmo em meio a esse tipo de oposição, como nos relata Neemias 6:15 a 19.

POSICIONANDO-SE – Isaias 30: 15 a 25

O Texto de Isaias capítulo 30 versículos 15 a 25 nos relata as intenções de Deus em abençoar seu povo. O problema que que eles estavam em desobediencia e porisso, ao invés de bençãos, eles recebiam castigo. O que poderíam eles fazer para sair dessa situação? A resposta que o próprio texto nos dá é essa: posicionar-se de maneira que pudessem receber aquilo que estava no coração de Deus. No coração de Deus está sempre a benção e não a maldição.
Como posicionar-se? O versículo 15 nos dá duas coisas que deveríam fazer: a) “Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes ..., está a vossa salvação; ...”. Primeiramente eles deveriam converter-se. O que é conversão? É fazer meia volta, é começar a andar em caminho oposto ao qual vinha andando. Isso significa que o povo deveria abandonar seus pecados e ao invés de andar em seus prórios caminhos e por seu próprio entendimento, deveríam olhar para Deus e seguí-lo. Conversão é quando voce decide encarar seus problemas ao invés de fugir deles, se arrepender, fazer meia volta e começar a andar com Deus.
A segunda coisa necessaria era: “em sossegardes..., na tranqüilidade e na confiança, [está] a vossa força...”. Isso significa que eles deveríam, depois de se converterem, descansar o coração, colocar de lado toda ansiedade e correria da vida. Essa é a segunda razão pela qual muitas vezes não conseguimos nos posicionar perante Deus. Por causa da ansiedade e correria, nossa vida se torna um caos e não conseguimos ter a paz necessária para depender de Deus nem discernir a Sua vontade para nós.
Como estamos vivendo? Estamos desfrutando das benção ou estamos vivendo debaixo do juízo de Deus?

Pr Joao Carlos Rocha

A JUSTIÇA PRÓPRIA – ROM 10: 1 A 15

Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.

No texto de Romanos citado acima, Paulos nos ensina sobre como podemos satisfazer a justiça de Deus. A primeira coisa necessária é “zelo”. Zelo é uma dedicação especial, uma firmeza de propósito em fazer aquilo que cremos que deve ser feito. Porém, no que diz respeito a justiça de Deus, segundo Paulo o zelo necessita ser com “entendimento”. Zelo com entendimento significa saber primeiramente qual é a vontade de Deus para nós, e a seguir nos submetermos a ela.
No caso dos judeus, Paulo ensina que eles tinham zelo, porém sem entendimento. O zelo que tinham vinha de suas próprias convicções sobre o que deveriam fazer para agradar a Deus. Dessa maneira, elas acabavam tentando estabelecer a justiça própria em detrimento da justiça que vem de Deus. Isso causa um problema insolúvel, por algumas razões: 1) A justiça de Deus é infinitamente maior que a justiça humana. 2) Por maior zelo que o homem tenha, Deus não irá diminuir a qualidade de sua jsutiça para adaptá-la às possibilidades humanas. 3) Mesmo que que o ser humano tente cumprir o padrão correto de justiça instituído por Deus, ele não tem possibilidade de faze-lo por si mesmo.
Porisso, a maneira de cumprirmos a justiça de Deus, é a submissão ao plano Divino de prática da justiça. Segundo o texto, esse plano começa no próprio Deus. Ele enviou Seu Filho Jesus, depois anunciou a obra que ele realizou em nosso favor, para que nós possamos receber pela fé a oferta de Deus em nosso favor.
Paulo descreve o processo da seguinte maneira: “Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Rom 10: 8 a 13.

Pr. Joao Carlos