segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O LÍDER VITORIOSO - CAPÍTULO 3 - DEFESA CONTRA OS ADVERSÁRIOS

13 - Entendendo a estratégia do inimigo
O planejamento estratégico do inimigo não muda muito em termos de conteúdo. Ele nunca cre que que a obra de Jesus no ser humano é consistente. A vida de Jó é um bom exemplo disso. Leia o diálogo entre Deus e o Diabo registrado no livro de Jó do capítulo 1:6 a 2:6. Realmente o Diabo não cre na eficácia da mudança que Deus opera no homem. Porisso ele começa com coisas mais leves, e somente quando percebe a resistencia humana ele tomada medidas mais drásticas. No caso de Jó, ele começou com animais e coisas, depois atacou os filhos e filhas, finalmente usou de toda sua violencia contra a pessoa de Jó. Outro exemplo disso é a tentação de Jesus, onde ele começa com comida, prossegue com o assunto do cuidado de Deus, e finalmente termina com a coisa mais importante, que era o centro da missão de Jesus. No caso de Neemias foi a mesma coisa, os inimigos começaram zombando quando ouviram o plano, depois desprezaram, e finalmente acabaram levantando falsa acusação, Ne 2:19.
Entretanto, ao verem que a coisa era séria, e que o povo tinha se unido no mesmo objetivo, a Biblia relata que eles arderam em ira, 4:1. Eles sabiam que os judeus fossem bem sucedidos na construção dos muros, logo reconstruiriam o tabernáculo, restaurariam o culto com adoração e louvores incessantes ao seu Deus. E o resultado disso seria catastrófico para eles, Deus voltaria a abençoar seu povo e eles se tornariam prosperos e poderosos na terra. Além do mais, a Palavra de Deus voltaria a governar a vida diária do povo, e os laços que eles tinham conseguido estabelecer com alguns seria totalmente desfeito, pois os judeus se santificariam ao Senhor e seus lideres condenariam tais relacionamentos. A explosão de ira segue adiante tornando em indignação. Indignação é o resultado do entendimento de que alguma coisa ou alguém não está correto. Quando se trata de indignação contra pessoa, ela vem do entendimento de que alguém não merece o que está acontecendo, é bom ou é ruim demais para essa pessoa. No pensamento dos inimigos de Israel, eles eram nada, não tinham dignidade nenhuma, e porisso não podiam reconstruir os muros, se estabelecer, tornarem importantes. O que mereciam era o desprezo, uma vida de vergonha e opressão. A indignação contra uma pessoa é um levante contra a identidade dela. Porisso, a sequencia de ataque do inimigo é previsível: o escárnio. Escárnio é a ridicularização da pessoa, o desprezo. Isso o inimigo faz, tornando as notícias já conhecidas sobre a situação do povo como acusações contra eles. O inimigo adora fazer isso. Quem são eles? Pecadores que estão debaixo do juízo de seu Deus, porisso merecidamente estão escravizados, desampadarados, desabrigados, famintos. Merecem isso, são uns fracos. Esse é o papel do acusador, espalhar as más notícias sobre o povo de Deus, e mesmo acusá-los perante Ele. Essa acusação pode desfalecer a fé, trazer sentimentos de culpa, pode paralizar nossas ações.
A partir desse ponto, o inimigo começa a ter consciencia de que algo maior e estranho aos seus interesses está acontecendo. Então a ira, a indignação e o escárnio assumem facetas práticas. A primeira delas é procurar aliados. Essa procura começa no circulo mais intimo, como diz o texto do versículo 2, fala na presença de seus irmãos. Eles são os que tem mais possibilidade de entender as razões da ira e da indignação, há uma identificação natural de ideias e propósitos, porisso a unidade em torno da perseguição é mais fácil de ser alcançada. O segundo círculo onde é mais provável encontrar apoio, diz o texto que é o exército de Samaria. Sambalate fala na presença do exercito, dos soldados e oficiais. Eles são estranhos ao povo de Deus, são dominadores, opressores sobre eles. É a nação que estava sendo usada como instrumento para correção do povo de Deus, mas que não entendia nada do próprio Deus, não era povo DEle. Porisso, enquanto instrumento, era malignamente opressivo, Deus executaria juizo sobre eles mais tarde. Esse circulo é diferente em muitas maneira dos circulo íntimo do povo de Sambalate. Eles tem autoridade delegada sobre o povo. Eles são o poderio militar, tem o treinamento, as armas, e a organização para fazer prevalecer sua vontade. Porém a coisa maravilhosa é que nesse nível, o inimigo não pode operar quando incitado, ele não está totalmente livre para fazer o que bem quiser, Deus, o soberano Senhor já decretou os limites de sua ação, já determinou o que sua liderança, no caso o rei Artaxerxes, deve fazer. O inimigo está literalmente imobilizado por Deus.
O incitamento é pelo domínio do território. Quem dominar o território poderá estabelecer seus valores, suas crenças, seu estilo de vida. Em outras palavras, poderá implantar sua cultura. A melhor maneira de conseguir o objetivo é agir enquanto o oponente está fraco. Sambalate propões exatamente isso quando disse: “Que fazem esses fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso?”. Significa dizer: estamos no ponto em que podemos parar a obra, o futuro deles está em nossas mãos, ainda podemos manter o domínio do território impedindo que se fortaleçam e estabeleçam a cultura e o dominio judaico no território. Veja como elaboraram essa idéia: “Sacrificarão? Darão cabo da obra num só dia? Renascerão, acaso, dos montões de pó as pedras que foram queimadas?”. Tobias, o inimigo amonita, acrescenta um novo dado no desafio, que demonstra o que já começa a se formar na mente do inimigo. “Ainda que edifiquem, vindo uma roposa, derrubará o seu muro de pedra”. Isto é, provávelmente o povo de Deus edificará o muro, porém eles estão numa situação tão má que o trabalho deles é ineficaz. O inimigo começa a se conscientizar da vitória do povo de Deus, e que Deus está se movendo para restaurar Seu culto, restituir a benção sobre seu povo, e instituir Seu reino entre nós e através de nos para que as coisas sejam feitas aqui na terra como é feito no céu. Deus está no comando dos negócios do seu reino, e nem homem nem ser espiritual algum poderá segurá-lo.
O próximo estágio da manifestação do inimigo começa quando ele percebe que apesar da sua oposição, o povo de Deus segue em frente vitorioso, cumprindo o propósito. Até este ponto, a relação dos inimigos do povo de Deus é pequena, sòmente lemos um registro com dois nomes: Sambalate e Tobias. Agora porém, a relação cresceu: Sambalate, Tobias, os arábios, os amonitas, e os asdoditas. O texto descreve que eles ficaram “irados” porque a obra ia avante e as brechas do muro começavam a se fechar. A estratégia sofre uma mudança: “Ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar confusão ali” 4:8. A biblia diz que inimigo vem para matar, roubar e destruir, porém quando ainda existem “brechas” no muro, o inimigo tem livre acesso. Significa que a intenção ainda não é destruir, é atacar para causar confusão e fazer cessar a obra. Interessante, cessar a obra porque ainda há brecha aberta. A maneira é através da confusão. Confusão resulta em perda de propósito, perda de visão, perda de energia. Leia o seguinte relato do que disse Judá: “Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos carregadores, e os escombros são muitos; de maneira que não podemos edificar o muro” 4:10. Como o inimigo tenta implantar sua confusão? Na calada da noite, vindo em segredo, sem que ninguém veja. Então, depois de implantada a confusão, matamos. Esse é o objetivo final, a confusão é sòmente o meio para atingir o fim. Entretanto, nosso Deus não dorme, nem cochila, Ele revela aquilo que o inimigo maquina as escondidas, traz a luz o que é concebido na escuridão. O povo de Deus fica sabendo, tomas as medidas necessárias, que analizaremos mais adiante, e frustra os planos do inimigo.
Ao saber que seus planos tinham sido frustrados e Israel praticamente terminara o muro, faltando somente alguns detalhes para serem completados, novamente o inimigo adapta suas estratégias de guerra. Agora o foco é o líder. Esse é a última possibilidade para parar a obra, se o inimigo conseguir estabelecer algum tipo de relacionamento com o líder, certamente conseguirá a vitória: impedirá do trabalho ser completado. A primeira coisa, segundo Neemias 6:1a13, é conseguir agendar uma “conferencia” com o líder. Para fazer o mal é claro. “Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos, nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal” 6:2. A tratégia agora é concentrar o ataque no líder, uma vez que seria impossivel derrubar o muro ou invadir a cidade para causar confusão e matar. Derrotar a pessoas chave é uma estratégia do inimigo que vem dando certo desde o Jardim do Éden. Eva era a pessoa certa para parar a obra que Deus estava fazendo em Adão e também parar aquilo que Ele tinha ordenado para Adão fazer. Se tentarmos dialogar com o inimigo, certamente perderemos. Essa estratégia de derrotar o líder é tão boa, que o inimigo se torna persistente nela.
O texto de 6:4 nos relata de que por quatro vezes ele tentou uma “entrevista” com Neemias. Por esse tempo, o inimigo já tinha sido claramente identificado, os laços de amizade ou mesmo qualquer tipo relacionamento tinha sido completamente cortados. O objetivo agora é tentar construir alguma ponte para contato, de alguma forma manter a presença e alguma influencia sobre o povo de Deus. O líder é o ponto nevralgico, se ele se comprometer, ou mesmo perder o foco, comprometerá todo o projeto. Um líder bem sucedido é aquele que tem a firmeza e a clareza de visão e própósito de Neemias: “Estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? Quatro vezes me enviaram o mesmo pedido; eu, porém, lhes dei sempre a mesma resposta” 6:3,4. Uma boa estratégia, merece todo o esforço. Porisso quando Neemias não aceitou o convite, o inimigo tenta a persuasão através da midia escrita e da pressão popular. Escreve uma carta aberta e divulga o conteúdo para forçar uma conversa. O conteúdo da carta reflete uma estratégia que ainda vemos funcionando em nossos dias, e inclui alguns pontos principais: Primeiro ponto é: “entre as gentes se ouviu, e Gesém...” 6:6. Isso significa dizer: é do conhecimento geral e temos testemunhas. Uma mentira com respaldo de muitas testemunhas tem o poder e a eficácia da verdade, se for aceita. É algo amendrontador, a única maneira de permanecer firme numa situação como essa é se firmar na verdade, não permitindo que o medo entre em ação. O medo é o melhor aliado do inimigo, ele tem o poder de paralizar aqueles que o admintem e agem baseados nele. Normalmente, a mentira eficaz é aquela que tem aparencia de verdade, aquela através da qual pode ser deduzido coisas que parecem lógicas. Analize o caso dessa mentira. Primeiro, quem em sã consciencia, que estando numa posição na qual esta Neemias, no palácio do rei e num cargo da mais alta confiança, deixaria tudo isso e viria trabalhar duro, gastar seus recursos pessoais, correr riscos, para um povo desmoralizado e que não tinha nada a oferecer? Deveria ter alguma intenção por trás disso, e a mais plausível é que estava tentando contruir seu reino pessoal. Então, é claro que ele iria revoltar-se contra o rei e se fazer rei do povo. E mais: há até profetas liberando palavras de sucesso para a empreitada de reconstrução e sobre tua pessoa dizendo que voce é o líder do povo. Então a intenção é clara: voce quer ser rei. Então vamos fazer uma mesa redonda e discutir esse caso, temos que dar um tempo, parar a obra pelo menos por agora, e encontrar uma desculpa plausível, porque essa notícia. O certamente chegará ao rei. Essa mentira foi diabolicamente inspirada, porém Neemias era homem de fé e Deus estava no controle da situação.
A mentira é poderosa para fazer parar a obra de Deus, porém existe ainda uma arma muito mais poderosa, a qual o inimigo reserva para ser usada quando tudo o mais falar. Essa arma fatal é pecado, se o inimigo conseguir que o líder ou mesmo que o povo cometa pecado relacionado com a missão, o próprio Deus se coloca em oposição a obra. O inimigo sabe que Deus é santo e aquilo que ofender Sua santidade, não poderá progredir. Vemos na bíblia essa arma sendo usada muitas vezes, como exemplo vamos nos referir a um caso, o caso de Balaque e Balão descrito no livro de Numeros capítulo 22 a 25. Israel teria que destruir os habitantes da terra e possuí-la. Balaque, rei dos Moabitas sabia que ninguém poderia enfrentar a Israel, porque seu Deus pelejava por eles, porisso teve a ideia de vence-los contratando um profeta para amaldiçoa-los. Balaão, o profeta contratado, tentou por tres vezes amaldiçoar o povo, porém Deus sempre tornava suas palavras em bençao. Então Balaão resolveu ensinar a Balaque a estratégia de fazer o povo pecar, pois essa era a única maneira de amaldiçoá-los e derrotá-los. Veja como Moiséis descreve a responsabilidade de Balaão: Num 31:15,15 “Disse-lhes Moisés: Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o SENHOR, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do SENHOR. E qual foi o conselho? Num 25:1ª9: “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel. Disse o SENHOR a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e enforca-os ao SENHOR ao ar livre, e a ardente ira do SENHOR se retirará de Israel. Então, Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os homens da sua tribo que se juntaram a Baal-Peor. Eis que um homem dos filhos de Israel veio e trouxe a seus irmãos uma midianita perante os olhos de Moisés e de toda a congregação dos filhos de Israel, enquanto eles choravam diante da tenda da congregação. Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, o sacerdote, levantou-se do meio da congregação, e, pegando uma lança, foi após o homem israelita até ao interior da tenda, e os atravessou, ao homem israelita e à mulher, a ambos pelo ventre; então, a praga cessou de sobre os filhos de Israel. Os que morreram da praga foram vinte e quatro mil”.
No caso de Neemias, a estratégia foi exatamente a mesma, faze-lo pecar e atrair o julgamento de Deus sobre o povo. Veja como a bíblia descreve esse ataque contra Neemias: “Tendo eu ido à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel (que estava encerrado), disse ele: Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão matar-te; aliás, de noite virão matar-te... Então, percebi que não era Deus quem o enviara; tal profecia falou ele contra mim, porque Tobias e Sambalate o subornaram” Ne 6:10a12. Essa foi a última tentativa de ataque do inimigo, a vitória é descrita em Neemias 6: 15,155: “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinqüenta e dois dias. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios nossos circunvizinhos e decaíram muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra”. Finalmente, a palavra dita por Tobias prevendo a possibilidade de reconstrução aconteceu. E, ao contrário do que ele pensava, o muro era forte e servia de proteção eficaz para o povo. O inimigo foi derrotado e envergonhado, e Deus foi exaltado.

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